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Dois Sentidos
02:40
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pra que perdão
se eu não sou
eu vou
ser o antes
então me cante
ou me levante
comigo
são dois sentidos
menino aflito
pra que
se eu sou
menor
maior que hoje
falemos sobre
nós, te ouvi
dizer, o que houve
será que coube
mais um corpo no açoite
já é noite
é hora de acordar
desconstruindo os dias
pensar em parar
ciclo que vicia
um por vez
nessa única lei
sem rapidez
correndo alto
pra ocupar a cabeça
algo que eu mereça
embora eu entristeça
flor, sobreviva na seca
se eu preferir embora
me solta
ou desliga tudo isso
junto com meu vício
você julga qual
instinto animal
eu me desligo por enquanto
e tchau
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2. |
Carta Aberta nº2
03:42
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passa o tempo
nem move o braço
meu rei é tão fraco
afundado, nesse próprio buraco
suas mãos e os cavados
são os dedos machucados
agora que eu disse
já deixei buracos e afagos
beijos alagados
quadros sombreados
portas e retratos
fotos, rastros e corações quebrados
por ser sujo
aprendi agir como um rato
o mundo é mesmo um mato
sem ar, anda tudo apertado
anda tudo apertado...
onde ninguém vê
seus erros
vai pagar pra ver
onde ninguém vê
seus medos
e o que pode acontecer
parei, parei, pra me revolver
desisti do revólver, é só viver
mesmo estando tão morto, fácil saber
muita sede, sem água pra beber
muito pra falar
porém mais motivos pra me calar
as paredes não escutam, nem mudam de lugar
abraça como a brasa a me queimar
a cidade invadida, pelo carro
essa maré só passa por baixo
correnteza que escorre pelo asfalto
as rachaduras marcadas no ato
tudo vai depender de se escutar
mude, mas comece bem devagar
talvez voltar ao mesmo lugar
onde você leva seu mar pra desaguar?
(e quando o nada faltar)
o que eu peço, passagem pro passado
pra pedir perdão, pelo relaxo
eu sei que ainda muito viajo
demonstro como ser parado
meus cabelos curtos
um embaraço, não dou espaço
sorrio e choro pelos meus passos
não apareço, só mando abraços
lembro bem dos traços
das mãos recheadas de aço
roupas e cores de Picasso
mas pro final, nosso toque ficou tão escasso
me afirmei, bem aqui
dividas são pra pagar dividas
divididas, bem seguidas, onde eu morri?
nasci pra fazer investidas, espero que consigas
onde a sua prestação não vale nada
minha mente é um trem, mas sem parada
sem freio, desenho feio, uma foda mal dada
ansiedade, uma noite virada
ela olhou, disse deita comigo
não era casa, mas dava abrigo
eu não te amo, as vezes eu minto
e é por isso que eu tanto persisto
insisto, sem casaco, nesse frio
passo mesmo, como o tempo, horrível
choca, nasce, dorme, nada incrível
o problema é achar que ela é insubstituível
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3. |
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nesse nascimento, não pedi pra sair
é obvio, que as mascaras iriam cair
hoje meu amor, eu pretendo esquecer o últimos meses
e aconselhar o meu lado, pra não errar mais vezes
nós entramos com o pé esquerdo
vestindo a 13, o último desejo
sob o olhar de um gato preto
por baixo da escada, eu enfeito
noticias ruins como o sertanejo
contrárias aos dias que planejo
como se não bastasse nosso sujo pelejo
pelo brilho falso do último lampejo
o último aviso, como o perdão
agora o tempo corre contra você irmão
seria o castigo, pela nova perdição
no fim, seja pra nós a iluminação
mais uma vontade
não gostamos da saudade
passamos pela saudade
a cada dia, mais uma morte na idade
parcela o perdão pela minha maldade
que isso não me traga vaidade
apenas quero acontecer
os frutos pra florescer
algum dia há de morrer
pra não desabar e mais fácil entender
são meus gritos pela tragédia
minhas curiosidades sanadas no wikipedia
nas barsas guardadas, criança enciclopédia
na escola um aluno abaixo da média
o que não te interessa
apenas estressa
ela era tão bela
mas ao mesmo tempo tão cega
girando, girando
por rapazes suburbanos
alguns com nome de santo
ela com nome do espirito santo
eu carregando um pranto
minha pele aquecia como seu manto
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4. |
Jazz em mim...
02:54
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Fronteira do céu com o inferno, bipolaridade
Coisas presentes não dão tesão a idade
Hoje o que importa é a vaidade
E no fim, quanto lucro gera ao ego e a verdade?
O passado não vai e volta (fica)
Sem bala na escolta
Guerras geram revoltas
A rua não serve de escola
A casa prende, o proibido solta
Digestão errada que só me lota
Desconfiado das próprias decisões
Esse é o medo que gera o latido dos cães
Pro atraso, desculpas, com indecisões
Há quem não mostre firmeza nas afirmações
É como fosse fácil pedir mil perdões
O silêncio é o traço perfeito pras aflições
Entre o amor e o ódio
A voz é o que me faz notório
Mas ao mesmo tempo esquecido
Como aquele tal velho bandido
Com escritas pela cidade
Que o tempo passa e invade
Essa pele pública que expele saudade
Tudo aparenta ser apenas fases
E minhas frases, entristecidas
Algumas rimas já vencidas
Outras no esquecimento, já perdidas
Mofadas, são cicatrizes escondidas
Deixa eu te mostrar...
Que não é só o amor que vende
Deixa eu te cantar
O que realmente fica e é perene
Como o sorriso de Irene
E o cuidado de Lourdes
Pra alguns, só acene
Pra outros, talvez e rude
Essa vida me confunde
Deu a eu, são apenas costumes
Algumas mentiras, outras são luzes
É o que me faz subir o volume
Algo te pune?
E quando alguém te querer, não lembre de mim...
De trás da casa cultivo um Jasmin
É o que lembra o cheiro do fim
Quando for pra eu ver o mais puro de mim
Não me arrisquei (errado)
Talvez não precise pagar os pecados
Do ano, onde Jorge e Ogum num passa o pano
Esses fatos foram apenas "baseados"
No interior, onde eu não teria me lembrado
Sou apenas um corpo e o sentido é ser guardado
Antes faço pra não ser esquecido
Por mais que pareça esquisito
Me expor, é o que pode me fazer infinito
Tchau!!!
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